A atividade física no tratamento da fibromialgia
A fibromialgia é uma síndrome clínica que se manifesta com dor no corpo todo, principalmente na musculatura. Comumente, ela cursa com sintomas de fadiga, intolerância ao exercício e sono não repousante (onde a pessoa acorda cansada).
Ainda não existe uma causa única conhecida para a fibromialgia, mas já há algumas pistas porque as pessoas têm esta síndrome. Os estudos mais recentes mostram que os pacientes apresentam uma sensibilidade maior à dor. Isto não é relacionado com o fato de se ser “forte” ou “fraco” para dor, mas, seria como se o cérebro das pessoas com fibromialgia estivesse com um “termostato” desregulado, que ativasse todo o sistema nervoso para fazer a pessoa sentir mais dor. Dessa maneira, nervos, medula e cérebro estariam fazendo que qualquer estímulo doloroso seja aumentado de intensidade.
Quem tem essa síndrome, por exemplo, sofre muito mais com dores em machucados comuns na musculatura, que até muitas vezes passam desapercebidos. Ela sente as dores vindas desses pequenos traumas, distensões e tensões de forma amplificada, quando, então, começa o grande “círculo vicioso” dentro do músculo: a musculatura fica dolorida e contrai (tensiona). Essa tensão leva a mais dor, que tensiona mais o músculo, e assim por diante. A pessoa passa a não dormir bem e não se exercitar, o que piora a dor muscular, mantendo o ciclo e reduzindo a qualidade de vida. Sintomas de depressão e ansiedade também podem piorar o quadro.
Assim como não existe causas especificas, também não há cura para a síndrome. Pode-se, porém, minimizar os sintomas e crises de dor através da atividade física regular. Ela é o único tratamento capaz de restaurar a pessoa para uma vida normal. Todos os outros passos do tratamento devem ter somente um objetivo: deixar a pessoa mais disposta para fazer atividade física.
É importante que o exercício seja iniciado de maneira lenta e que se aumente gradualmente, respeitando a individualidade de cada um. Vale todo e qualquer exercício, seja aeróbico, musculação, natação, pilates, dentre outras modalidades, desde que bem orientado. Todas melhoram a qualidade de vida e diminuem a intensidade das dores e a sensação de cansaço.
Vale ressaltar que antes de iniciar um programa de exercícios, é preciso fazer uma avaliação funcional e cardiovascular para identificar condições que possam interferir no desempenho e na resposta ao exercício ou oferecer risco como doença coronariana e hipotensão postural. Essas informações ajudam a individualizar a prescrição e aumentar a adesão.
O exercício auxilia na produção da endorfina, substância natural produzida pelo cérebro durante e depois de uma atividade física que regula a emoção e a percepção da dor, o que ajuda a relaxar e gerar bem-estar e prazer, além de aliviar as tensões e minimizar o quadro de dor da fibromialgia.
Se você sofre com a fibromialgia, busque na atividade física o seu tratamento. Um profissional de educação física devidamente licenciado pode te auxiliar e orientá-lo em seus exercícios para reduzir os sintomas e resgatar sua qualidade de vida, com muito mais saúde!
Fabiana Pedroso é Personal e coach de emagrecimento.
Fonte: Gazeta Esportiva